Festival Interativo de Música e Arquitetura retorna à Belém, desta vez para homenagear o Theatro da Paz, quinta-feira, dia 16/11. Entrada gratuita.
Depois saudar o Palácio Lauro Sodré na temporada anterior, terceira edição do FIMA retorna à capital paraense promovendo concerto gratuito com a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob regência de Miguel Campos Neto e participação das vozes liricas de Thaina Souza (soprano), Carolina Faria (mezzosoprano), Marcio Carvalho (tenor) e do violinista Justo Gutierrez, além do historiador Aldrin Moura de Figueiredo. Festival nacional acontece até março de 2024, reverenciando importantes teatros históricos do Brasil.
Depois de homenagear diferentes monumentos arquitetônicos no estado do Rio de Janeiro (1ª edição) e contemplar importantes palácios e museus Brasil afora (2ª edição), o FIMA – Festival Interativo de Música e Arquitetura, em sua terceira edição, se dedica a homenagear os teatros históricos do Brasil, promovendo uma convergência lúdica entre música e arquitetura em alguns dos mais importantes templos da arte e da cultura brasileira. Desta vez, os eventos acontecerão, até março de 2024, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Paraíba, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, e Pernambuco, oferecendo concertos presenciais e virtuais, podcast, websérie, conteúdos interativos, aulas magnas e ações educativas para escolas. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, todas as apresentações do FIMA têm entrada gratuita.
A nova temporada – que se iniciou, em outubro, em Manaus e em Niterói (RJ), com passagem em João Pessoa no último dia 3 de novembro – retorna à Belém. O FIMA, em sua edição anterior, homenageou o Palácio Lauro Sodré, e agora saúda outra joia arquitetônica da cidade, o Theatro da Paz, que reflete toda a riqueza do ciclo da borracha no Brasil, exibindo em sua fachada o esplendor de sua arquitetura neoclássica, colunas imponentes e detalhes ornamentais – que evocam a grandiosidade das casas de ópera e antigos teatros do velho continente. O 4º concerto da nova edição do FIMA terá a apresentação de um repertório musical especialmente pensado para dialogar com os 145 anos da arquitetura, da arte decorativa e da história deste espaço único, testemunho vivo da história cultural e social de Belém e do Brasil. Os guias nessa jornada musical serão a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência de Miguel Campos Neto, a soprano Thaina Souza, a mezzosoprano Carolina Faria, o tenor Marcio Carvalho e o violinista Justo Gutierrez. Já os comentários sobre o Theatro da Paz ficarão a cargo do historiador Aldrin Moura de Figueiredo.
Em Belém, ocorrerá uma etapa educacional do projeto, com a realização do FIMA na Escola, composto por atividades de capacitação de professores da rede pública de ensino da cidade de Belém e Estado do Pará. Através do projeto, os educadores terão contato com um conteúdo especialmente desenvolvido para eles, envolvendo temas relacionados ao patrimônio histórico, com um aprofundamento sobre as diferentes características e contextualizações históricas do Theatro da Paz, além de uma proposta de sensibilização musical acerca do repertório apresentado no concerto. O educadores irão multiplicar esses conteúdos em sala de aula e alguns dos alunos terão a oportunidade de assistir ao ensaio aberto do concerto, no próprio dia da apresentação. Por fim, a cidade de Belém receberá também a etapa intitulada de FIMA Aulas Magnas, com a realização de aulas de música oferecidas de forma gratuita para estudantes de música que poderão se inscrever previamente para participar do projeto. Na ocasião, as atividades serão ministradas pelas cantoras líricas Thaina Souza (Soprano) e Carolina Faria (Mezzosoprano).
“Um dos principais objetivos do FIMA é estabelecer uma conexão afetiva do público com importantes patrimônios históricos brasileiros. Nesta nova edição do Festival, alguns dos mais importantes teatros históricos brasileiros serão celebrados. Edifícios que ao longo do tempo testemunharam importantes capítulos da trajetória artística do país. Através da música e da arquitetura, seremos transportados a diferentes momentos de nossa história, criando uma experiência multisensorial que unirá passado, presente e futuro. Uma jornada de reconhecimento e apreciação da rica tapeçaria que compõe a identidade cultural brasileira.” afirma Pablo Castellar, Idealizador, Curador e Diretor Artístico do FIMA.
Programação
Seguindo no objetivo de construir uma relação afetiva do público com os patrimônios visitados pelo projeto, através de um diálogo cativante e multissensorial, o FIMA – Festival Interativo de Música e Arquitetura, em sua terceira edição, irá celebrar também importantes orquestras brasileiras: a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (Belém); a Orquestra Sinfônica do Recife; e a Orquestra Acadêmica da Universidade Federal de Juiz de Fora, além da participação especial da Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim, reverenciando o Theatro Municipal de Niterói.
Além da programação presencial, o FIMA amplia sua presença digital. Os “Concertos Virtuais FIMA” serão exibidos gratuitamente nas redes sociais do festival, em formatos tradicionais e 360º. A websérie “Obras em Nota” antecipará o que será apresentado levando aos espectadores um entendimento mais claro sobre as escolhas das obras apresentadas em cada local, enquanto o podcast “Diálogos FIMA” trará insights e entrevistas com músicos, palestrantes e convidados especiais.
O FIMA também se dedica à educação musical, oferecendo aulas magnas gratuitas com artistas renomados e o projeto “FIMA na Escola”, uma ação educacional com o objetivo de sensibilizar crianças, estimulando novos caminhos de valorização de suas identidades culturais. Tudo isso para que melhor compreendam a importância do patrimônio histórico de suas comunidades.
O Programa e a História do Theatro da Paz
O concerto se inicia com “Floresta Amazonas“, de Heitor Villa-Lobos, celebrando o espírito da Amazônia que vive neste teatro, palco maior da cultura amazônica paraense que, neste edifício, também se vê representada, por exemplo, na arte decorativa do Plafond (o teto da Sala de Espetáculos). De Domenico de Angelis, de estilo rococó, a arte combina personagens míticos greco-romanos com representações estilizadas de índios em meio à fauna e flora da região; ou na “Alegoria da República”, de Chrispim do Amaral, onde Tapuios (indígenas que não pertenciam ao tronco tupi guarani) são integrados à cena, demonstrando a diversidade e riqueza cultural do Brasil.
A próxima obra do programa transportará a plateia para 7 de agosto de 1880, quando se apresentou neste palco a primeira ópera encenada no Theatro da Paz. Sob a direção da renomada Companhia Lírica Italiana, liderada pelo empresário Tomás Passini, os acordes iniciais da ópera “Ernani” de Giuseppe Verdi ecoaram pelas paredes ornamentadas do teatro. A soprano dramático Filomena Sávio, com sua voz poderosa e cativante, transportou o público ao mundo de paixão e drama da ópera, ao cantar a ária Surta è la notte… Ernani Involami, que, neste concerto, será ouvida na voz da virtuosa cantora lírica belenense Thaina Souza.
Ernani também esteve presente neste teatro após a reforma de 1887 a 1890. Na reabertura do teatro, a companhia lírica internacional, organizada pelo compositor belenense José Cândido da Gama Malcher, vencedor de uma concorrência pública para empresariar a temporada de reestreia apresentou esta ópera novamente. No entanto, a montagem foi marcada por paixões divididas da plateia. Apesar de ser amplamente aplaudida, a apresentação conheceu a resistência dos pateadores (vaiadores que batiam seus pés fazendo uma grande algazarra). O próprio Gama Malcher, que tinha grande prestígio social e político na capital, foi alvo de vaias nesta nova estreia de “Ernani”, no dia 10 de agosto de 1890. Esses episódios refletem a efervescência cultural e social da época, mostrando que o Theatro da Paz não era apenas um espaço de apresentações, mas também um palco de manifestações e emoções do público.
Em 1882, dois anos após a estreia de Ernani, Belém recebe novamente a Companhia Lírica Italiana de Tomás Passini, agora contratada pelo maestro paraense José Cândido da Gama Malcher. O destaque dessa temporada foi a presença do renomado compositor Carlos Gomes. Durante essa temporada, o maior nome da música brasileira do segundo reinado, estreou em terras paraenses com a ópera “Salvator Rosa” da qual será ouvida neste concerto a abertura e também regeu “O Guarani“, que integra o programa através da apresentação da ária Sento una forza indomita, interpretada pela soprano Thaina Souza e o tenor Marcio Carvalho. A presença de Carlos Gomes na cidade foi marcada por inúmeras honrarias e homenagens que vieram do governo, grupos de estudantes, associações artísticas, particulares e da imprensa.
Nascido em 02 de novembro de 1853, em Belém do Pará, José Cândido da Gama Malcher fez sua formação na Itália, quando em 1876 ingressou no Conservatório de Milão. Foi lá que se tornou amigo de Carlos Gomes e esteve presente na estreia da ópera “Maria Tudor”, do compositor de Campinas, da qual será ouvida a ária Ogni rumor di passi na voz da mezzo-soprano Carolina Faria. Foi em 1881 que o compositor recebeu de seu pai, o médico e presidente do legislativo provincial José da Gama Malcher, a incumbência de contratar esta companhia lírica para a terceira temporada do Theatro da Paz. Assim retornou ao Brasil em 1882, acompanhando a Companhia Lírica e de seu amigo Carlos Gomes. De Malcher, será apresentada a abertura de sua segunda ópera “Iara”, estreada no Theatro da Paz em 1895, baseada no poema do escritor italiano Stradelli, que narra o encantamento que Iara exerce sobre os homens, atraindo-os para o seu reino na profundeza das águas.
Um dos mais notáveis compositores paraenses do século XIX, Henrique Eulálio Gurjão, teve uma formação musical sólida financiada pelo Governo da Província do Pará, que o enviou para Europa para estudar em Roma e em Gênova no Instituto Santa Cecília. Em 1861, volta ao Pará, onde passa a desenvolver grande atividade como professor e músico, passando a contribuir significativamente para o cenário musical deste estado. Dele, será recitada a canção “Lembrança“, interpretada também pela mezzo-soprano Carolina Faria.
Terminando a primeira parte do concerto, “Fantasia para Violino e Orquestra” de Octávio Meneleu Campos, ilustre compositor e regente brasileiro, nascido em Belém do Pará, em 1872. Seu interesse pelo violino foi despertado após contato com o violinista baiano Adelino Francisco do Nascimento. Ao retornar a Belém, agora com formação no Real Conservatório de Música de Milão, sob a orientação de Vincenzo Ferroni, assumiu a direção do Instituto Carlos Gomes, onde promoveu reformas significativas e intensificou a cena musical de Belém. Suas óperas, peças orquestrais e de câmara são um legado para a música paraense e um testemunho de sua genialidade e versatilidade. Neste concerto, a Orquestra será acompanhada pelo violinista Justo Gutierrez.
A segunda parte do programa começa trazendo a obra de outro importante compositor belenense, Paulino Lins de Vasconcelos Chaves. Nascido em 1881, estudou no Instituto Nacional de Música (INM) e posteriormente, na Alemanha, onde aprimorou seus conhecimentos musicais. Ao retornar ao Brasil, Paulino Chaves desempenhou um papel significativo na cena musical de Belém, atuando como professor e diretor do Instituto Carlos Gomes. Sua produção composicional abrangeu diversas obras, incluindo peças para piano e música de câmara.
Sua obra “Prelúdio e Fuga em dó maior”, que será apresentada neste concerto, foi composta entre os anos de 1937 e 1939, quando ocupava a posição de docente em piano no INM (Instituto Nacional de Música). Foi escrita em memória do professor de piano de Paulino, Robert Teichmüller, que havia falecido um mês antes da composição dessa obra. A peça demonstra a influência do estilo barroco, especialmente no que se refere ao rigor e tratamento dos elementos principais em um ambiente tonal, remontando às fugas do século XVIII. Nesta obra, na qual se pode apreciar a maestria de Paulino Chaves na arte da fuga, o programa propõe um diálogo com a perspectiva barroca na qual as casas de ópera, como o Theatro da Paz, se inspiram. Uma estética repleta de símbolos, ornamentos e efeitos que encantam e surpreendem.
Em seguida, As Lendas Amazônicas, de Waldemar Henrique, onze canções originalmente redigidas para canto e piano, que mostram a exuberância da Amazônia na música desse virtuoso compositor do Pará. Suas melodias sincopadas e escolhas melódicas e harmônicas, se fundem ao texto de forma única, num delicado equilíbrio entre a música erudita, popular e folclórica. O carinho do compositor com sua terra natal, unido à sua formação acadêmica, se manifesta nessas obras inspiradas na cultura amazônica. Três canções deste ciclo serão apresentadas: Uirapuru, Tamba Tajá, na voz da mezzosoprano Carolina Faria, e Foi boto, Sinhá, com a soprano Thaina Souza. O próximo compositor belenense do programa é Altino Rosauro Salazar Pimenta. Nascido em 3 de janeiro de 1921 na cidade de Belém, sua paixão pela música se manifestou desde muito cedo. Aos 7 anos, iniciou seus estudos e em 1940, aconselhados pelos professores, os pais de Altino lhe enviam ao Rio de Janeiro para complementar seus estudos musicais, onde permaneceu por doze anos. Sua primeira composição, “Estrela“, de 1943, que será interpretada na voz da soprano Thaina Souza, foi apenas o começo de uma carreira dedicada não só à composição musical, mas ao piano e ao ensino da música. Ao longo de sua trajetória artística, contribuiu significativamente para a cena musical brasileira. Em Belém, dirigiu a Escola de Música da Universidade Federal do Pará (EMUFPA) e fundou o Encontro de Arte (ENARTE).
Composta em 1949, “A Canção Minha Saudade” é um hino sentimental de Santarém, do compositor Wilson Dias da Fonseca. Conhecido como maestro Izoca, nasceu em Santarém, Pará, em 17 de novembro de 1912, sendo reconhecido como um dos maiores compositores paraenses do século XX, ao lado de figuras como Waldemar Henrique e Altino Pimenta. Sua extensa produção musical, que abrange mais de 1600 composições e arranjos, reflete a riqueza cultural da Amazônia. Desde jovem, Fonseca demonstrou uma aptidão notável para a música, transitando entre o erudito e o popular. Suas obras capturam o imaginário amazônico, incluindo cantigas, lendas e crendices, tornando-o uma figura central na preservação da cultura e história de Santarém.
Jaime Thomaz de Araújo Ovalle, que assina a penúltima obra deste programa, nasceu em Belém do Pará, em 5 de agosto de 1894. Compositor, pianista e boêmio notório, Ovalle era conhecido por sua personalidade carismática e talento musical. “Azulão“, com letra de Manuel Bandeira, é talvez sua composição mais famosa e é frequentemente interpretada por cantores líricos em todo o mundo.
O concerto se encerra voltando a Carlos Gomes, que faleceu em Belém em 1896. Essa figura central na história da música clássica do Brasil, especialmente reconhecido por suas óperas, que combinam influências europeias com elementos da música brasileira, tem na ópera “Il Guarany” (O Guarani), uma de seus mais célebres trabalhos. Baseada no romance “O Guarani” de José de Alencar, a ópera foi composta em 1870 e rapidamente ganhou reconhecimento internacional, sendo a primeira ópera de um compositor brasileiro a ser apresentada no Teatro alla Scala, em Milão, um dos mais prestigiados teatros de ópera do mundo.
A Abertura Orquestral de “O Guarani” é particularmente notável e frequentemente executada como uma peça independente em concertos. Esta abertura é uma síntese magistral do drama e da paixão da ópera, introduzindo temas que serão desenvolvidos ao longo da obra. Ela começa com uma fanfarra poderosa e triunfante, seguida por seções mais líricas e melódicas que evocam a paisagem brasileira e a trama romântica da história. A habilidade de Carlos Gomes em mesclar influências europeias com ritmos e melodias brasileiras é evidente nesta abertura, tornando-a uma peça representativa tanto de sua habilidade composicional, quanto de sua identidade brasileira.
Dia 16 de novembro de 2023, quinta-feira
Local: Theatro da Paz – Belém do Pará
Horário: 20h
Entrada franca com distribuição de senhas no site www.ticketfacil.com.br e uma hora antes do evento. Limitado a dois ingressos por pessoa.
Avenida da Paz, Praça da República, S/N – Campina, Belém – PA
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz
Miguel Campos Neto, Maestro,
Aldrin Figueiredo, Palestrante,
Thaina Souza, Soprano,
Carolina Faria, Mezzosoprano,
Marcio Carvalho, Tenor,
Justo Gutierrez, Violino.
Programa
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Epílogo – Floresta do Amazonas
Duração: 3 min
GIUSEPPE VERDI (1813-1901)
Ernani – “Surta è la notte… Ernani Involami”
Duração: 6’21
Thaina Souza, Soprano
CARLOS GOMES (1836-1896)
Abertura Salvator Rosa (1882)
Duração: 8 min
Il Guarany – “Sento una forza indomita”
Duração: 8 min
Thaina Souza, Soprano • Marcio Carvalho, tenor
Maria Tudor – “Ogni rumor di passi”
Duração: 5 min
Carolina Faria, Mezzo-soprano
JOSÉ CÂNDIDO DA GAMA MALCHER (1853-1921)
Abertura da Yara
Duração: 12 min
HENRIQUE GURJÃO (1834-1885)
Uma lembrança
Duração: 2 min
Carolina Faria, Mezzo-soprano
OCTÁVIO MENELEU CAMPOS (1872-1927)
Fantasia para violino e orquestra
Duração: 10 min
INTERVALO
PAULINO CHAVES (1883-1948)
Prelúdio e Fuga em Dó maior
Duração: 5 min
WALDEMAR HENRIQUE, (1905-1995)
Canções Amazônicas
Uirapuru e Tamba Tajá – Carolina Faria, Mezzo Soprano
Foi boto, sinhá – Thaina Souza
Duração: 7min
ALTINO PIMENTA (1921-2003)
Estrela
Duração: 2min
Thaina Souza
WILSON FONSECA (1912-2002)
Canção de Minha Saudade
Duração: 4’30
Marcio Carvalho, tenor
JAIME OVALLE (1894-1955)
Azulão
Duração: 3 min
Marcio Carvalho, tenor
CARLOS GOMES (1836-1896)
Abertura Guarani
Duração: 9 min
Bios:
Thaina Souza, soprano
Diplomou-se em canto lírico no Conservatório Carlos Gomes em Belém. Diplomou-se em Licenciatura em Música pela Universidade do Estado do Pará. É Pós Graduada em Música– Fundamentos da Criação em Música pela Universidade Federal do Pará. Diplomou-se em canto na Universidade de Música e Arte de Viena. Seu estudo no exterior foi apoiado pela Fundação Carlos Gomes (Belém-Pará) e pela Fundação ArteMusica (Frankfurt-Alemanha), tendo como orientadora a renomada soprano alemã Brigitte Eisenfeld. No Brasil e no exterior se apresentou, principalmente na Áustria e Alemanha. Destacamos os últimos principais concertos no 54° e 55° Festival de Música Nova Gilberto Mendes, realizando como primeira gravação das canções “A voz da noite” do compositor brasileiro Lucas Galon, e “Welkes Blatt”, do compositor contemporâneo alemão Thomas Hennig. Em 2021 fez seu Debut na Konzerthaus com a Petite Solennelle Messe de Rossini, e na Filarmônica, ambas em Berlim, com o Requiem de Mozart. . Recentemente em Belém apresentou a 4. Sinfonia de Gustav Mahler. Integrou o elenco da ópera Armide, de Jean Baptiste Lully, no XXI Festival de Ópera do Theatro da Paz. Se apresentou no Theatro Municipal de São Paulo no concerto de premiação do I Concurso de Canto Lírico para Pretos (as), Pardos (as) e Indígenas- Joaquina Lapinha- sob a regência de Roberto Minczuk, bem como no Teatro Procópio Ferreira com a OSCT, sob a regência de Emanuelle Baldini, Theatro da Paz em concertos com a OSTP, sob a regência de Miguel Campos Neto e OJVM, sob a regência de Renan Cardoso. Esse ano estreou ao lado da pianista Marília Caputo o Duo Omnis, apresentando assim ao público seu trabalho como camerista.
Carolina Faria
mezzo-soprano
Natural de São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro, Carolina Faria tem uma carreira de 22 anos de serviço à arte, cultura, educação para a autonomia e florescimento do povo no Brasil.
Graduada em canto pela UFRJ, cursou pós-graduação em Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Auto-Realização pela PUC do Rio Grande do Sul e vem atuando como cantora lírica, comunicadora e professora de canto em seu próprio estúdio. Ao longo de 2022 foi coordenadora da Etapa Pedagógica do Festival de Ópera do Theatro da Paz de Belém do Pará.
Líder do ensemble barroco Cibele Camerata, Carolina foi idealizadora e coordenadora do programa de auxílio a cantores durante a pandemia de Covid-19, Lírica Solidária, e coordenadora do departamento de canto na semana online do Centro de Música Barroca de Versalhes no Rio de Janeiro em 2020.
Como cantora lírica, Carolina iniciou sua vida artística profissional aos 19 anos no coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – onde passou dez anos, e segue atuando regularmente como cantora solista junto às orquestras, salas de concerto e casas de ópera brasileiras. Possui vasto repertório de ópera, oratório, canção sinfônica, música de câmera e vanguarda, com especial ênfase à Música Brasileira Colonial e participação em gravações históricas.
Marcio Carvalho, tenor
Formado em Licenciatura Plena em Música pela Universidade Internacional. Iniciou seus estudos em música aos 14 anos no conservatório Carlos Gomes em Belém do Pará e se formou em Canto Lírico na Escola de Música BSB Musical de Brasília. Além de complementar seus estudos de canto e composição com cantores e professores reconhecidos do Brasil. Participou de dezenas de óperas nos festivais do Theatro da Paz podendo citar a título de exemplo as óperas Carmen (Bizet), Madama Butterfly (Puccini), Il Guarany (Carlos Gomes), Rigoletto (Verdi), Iara (Gama Malcher), La Bohème (Puccini) e se destacou em papeis como Tybalt em Romeu e Julieta, e Ernesto em Don Pasquale. É orientado atualmente pelo professor Mestre Marconi Araújo –SP.
Justo Gutierrez, violino
Graduado em Licenciatura em Música pela Faculdade Integral Cantareira (São Paulo- SP), Justo Gutierrez começou seus estudos de violino aos 7 anos de idade no Conservatório Nacional de Música de La Paz (Bolívia). Em 2009, foi um dos vencedores do concurso ¨Jovenes Talentos da Orquesta Sinfónica Nacional de Bolívia. Em 2013, passou a ser bolsista no Instituto Baccarelli (São Paulo- SP) onde teve como professor a Pedro Della Rolle e foi Spalla do principal elenco do instituto, a Orquestra Sinfônica Heliópolis, até 2019. Em2018, foi um dos vencedores do concurso ̈Jovens Solistas organizado pelo Instituto Baccarelli e pela Azuza Pacific University (EUA). Em 2019, passou a integrar a Orquestra Municipal de Jundiaí (SP). Em 2021, se graduou em “Orchestral Performance and Digital Creation” no programa OAcademy, prestigioso programa de orquestra da Young Orchestra of the Americas (YOA). Atualmente Justo Gutierrez é Spalla da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (Belém- PA) desde 2021.
Aldrin Figueiredo
palestrante – historiador
Aldrin Moura de Figueiredo é historiador com doutorado pela UNICAMP. Foi diretor do Centro de Memória da Amazônia da UFPA (2013-2017), é membro do Conselho Editorial do Senado Federal e pesquisador vinculado à Cátedra João Lúcio de Azevedo (Instituto Camões e UFPA). Atualmente é o diretor do Museu do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e coordena o Grupo de Pesquisa em História Social da Arte (UFPA/CNPq), atuando como professor e pesquisador da Faculdade de História o Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia da Universidade Federal do Pará. Publicou entre outros, A cidade dos Encantados: pajelanças, feitiçarias e religiões afro-brasileiras na Amazônia, 1870-1950 (Prêmio Carlos Nascimento, APL, Edufpa, 2009) e Os vândalos do Apocalipse: arte e literatura no Pará dos anos 20 (Prêmio Vicente Salles, IAP, 2012).
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz
A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), que no ano de 2016 completou 20 anos, foi criada pela Secretaria Executiva de Cultura (Secult). Os maestros Andi Pereira, Barry Ford, Mateus Araujo e Enaldo Oliveira já foram titulares da orquestra, que desde janeiro de 2011 é conduzida pelo maestro Miguel Campos Neto. Esteve à frente da OSTP, como convidado, o maestro Patrick Shelley, Roberto Duarte, João Carlos Martins, Luís Fernando Malheiro, Silvio Viegas, Abel Rocha, Flávio Florence, Carlos Moreno, Gian Luigi Zampieri, Jamil Maluf, Alessandro Sangiorgi, Laércio Diniz, Marcelo de Jesus, Edilson Ventureli e Linus Lerner, entre outros. Como solistas, atuaram artistas de renome internacional como Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Miguel Proença, Antonio Del Claro, Emmanuele Baldini, Eliane Coelho, Rosana Lamosa, Ryu Goto, Ji Young Lim, Luís Rossi, Robert Bonfiglio dentre outros, bem como os paraenses também conhecidos internacionalmente, Adriane Queiroz, Carmen Monarcha e Atalla Ayan, e muitos outros grandes nomes da música paraense de várias gerações.
Maestro Miguel Campos Neto
Regente Titular e Diretor Artístico OSTP
Entre os compromissos mais importantes do início do ano de 2019 para Miguel Campos Neto, pode-se destacar o retorno ao Curso Internacional de Verão de Brasília como professor de regência e maestro da orquestra sinfônica de encerramento, a estreia como regente convidado de uma nova orquestra europeia, a Orquestra Sinfônica de Avignon (França), e o retorno à Universidade La Sierra, na Califórnia, como professor visitante de prática de orquestra.
Com diploma em regência pela Mannes College of Music de Nova York, Campos Neto iniciou a sua nona temporada como regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, cargo que também exerce com a Orquestra Sinfônica Altino Pimenta (UFPA) e a Orquestra Sinfônica Wilson Fonseca (Santarém). Serviu também por 12 anos como regente titular da orquestra Jovem Vale Música e continua sua relação com esta orquestra como maestro convidado. Com atuações nos dois festivais de ópera mais importantes do Brasil (Manaus e Belém), ele já acumula um notável repertório operístico, e contabiliza 6 lançamentos em DVD de óperas totalmente encenadas.
Theatro da Paz
O Theatro da Paz foi fundado em 15 de fevereiro de 1878, durante o período áureo do Ciclo da Borracha, quando ocorreu um grande crescimento econômico na região amazônica. Belém foi considerada “A Capital da Borracha”. Mas, apesar desse progresso a cidade ainda não possuía um teatro de grande porte, capaz de receber espetáculos do gênero lírico. Buscando satisfazer o anseio da sociedade da época, o governo da província contrata o engenheiro militar José Tibúrcio de Magalhães que dá início ao projeto arquitetônico inspirado no Teatro Scala de Milão (Itália). Foi a primeira casa de espetáculos construída na Amazônia e tem características grandiosas: 1.100 lugares, acústica perfeita, lustres de cristal, piso em mosaico de madeiras nobres, afrescos nas paredes e teto, dezenas de obras de arte, gradis e outros elementos decorativos revestidos com folhas de ouro. Localiza-se na cidade de Belém, no Estado do Pará. Atualmente, é o maior Teatro da Região Norte e um dos mais luxuosos do Brasil. Com cerca de 130 anos de história, é considerado um dos Teatros-Monumentos do País.
Com informações de Cezanne Comunicação – Assessoria de Imprensa em Cultura e Arte.